Uma vez conversei com o próprio Walmor, quando ele foi homenageado em um festival de cinema. E ele é divertidíssimo, tem savoir-faire pra dar e emprestar.
E eu tive que engolir essa resposta em seco. Mas, tb, quem manda ser tão atrevidinho, né?
Mas o próprio Walmor tem a + plena consciência de que foi um mero coadjuvante na vida de Cacilda. Ou, como ele mesmo define em entrevista dada para a revista Brasileiros: “eu fui um ajudante de missa dessa grande sacerdotisa do teatro”.
“O teatro atiça a inteligência. Os dramaturgos são poetas que dialogam. O maior poeta inglês é dramaturgo: Shakespeare. Não escreveu em seu nome, fez-se Hamlet, Macbeth, Julieta. O teatro, generoso, retrata todos os homens. É universal! E atiça a inteligência porque nos ensina a acompanhar o tempo da palavra. A fala, ou a palavra, matéria-prima da poesia e do teatro, vem depois do raciocínio.”
“Há uma profunda ligação entre o ato sexual e o ato teatral. Produzem-se na mesma usina, irradiam o mesmo calor e aquecem igualmente o parceiro. O que comove o público é a capacidade do ator de se comover e destilar emoções por duas horas.”
“Nossos autores não aprenderam nada com Brecht. Preferem Gastão Tojeiro e os seus probleminhas familiares. Teatro político virou palavrão e, sem política, não pode haver teatro.”
PS: A Revista BRASILEIROS é incrível. Já faz parte de minhas leituras preferidas. Uma revista com reportagens estimulantes, aprofundadas e bem-sacadas. Chega daquelas revistinha meia-boca, com a profundidade de um azulejo. Eu quero matérias jornalísticas de verdade, que me dê tesão na hora de lê-las. Pois, como já disseram há muito tempo: “sem TESÃO não há SOLUÇÃO!”
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