Sim, a questão acima foi um dos pontos FORTES da mesa-redonda “O Papel do Dramaturgo nos Coletivos Teatrais”, que rolou com os dois David's ontem, lá no Sesi da Vila Leopoldina.
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E, só pra lembrar, David Jubb & David Micklem fazem parte da diretoria artística e eXecutiva da Battersea Arts Centre, um dos lugares + bombados em termos de produção teatral lá na terrinha do tal Shakespeare.
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A mesa-redonda contou ainda com a presença do jornalista e dramaturgo Sérgio Roveri e da mestra Marici Salomão.
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Todos à MESA... Ingleses à cabidela!!!
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Entre outras refleXões, foram discutidas as técnicas dramatúrgicas, o atual avanço do teatro contemporâneo, o eXercício do coletivo que ganha cena no âmbito teatral brasileiro e o desenvolvimento da nova dramaturgia no Brasil e no Reino Unido.
No começo da tal mesa-redonda, a dupla inglesa Jubb & Micklem deram uma idéia geral de como se desenvolve a produção teatral lá no tal Battersea Arts Centre, além de como se dá o processo em torno da dramaturgia.
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Daí eles falaram de toda a invejável estrutura que eles dispõem, de como os artistas envolvidos - principalmente os DRAMATURGOS - são tratados como gente por lá (com casa, comida e roupa lavada, inclusive) e todas essas coisas que estão há anos-luz da nossa realidade teatral e que, certamente, não se configuram nem nos mais loucos delírios dos autores e atores teatrais desse nosso Brasil, onde a CULTURA ainda é tratada como algo "menor".
Outra coisa que eu não posso deixar de mencionar: os tais Davids falaram que a dramaturgia no Battersea Arts Centre é produzida em cima de uma CRIAÇÃO COLETIVA e que o foco principal é o espetáculo em si. .
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As LUZES do Battersea Arts Centre
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Pois bem...
Até o final da eXplanação dos tais gringos, tava tudo muito ótimo, tudo muito perfeito, tudo muito Primeiro Mundo, muito europeu...
Daí o Sérgio Roveri começou a se pronunciar...
Entre outros pontos eXtremamente importantes, Sérgio falou da Criação Coletiva e do Processo Colaborativo como uma TENDÊNCIA que surgiu nos últimos tempos e que, pelo menos para alguns, isso meio que compromete ou até mesmo anuncia 'o fim' da chamada "dramaturgia de gabinete" (daí o fato de surgir nomenclaturas como dramaturgista e etc).
De acordo com Sérgio, que tb tem uma certa eXperiência em processos colaborativos, esse trabalho de acompanhar os atores na sala de ensaio é algo que envolve, além de tudo, muita, muitíssima, mas muuuita GENEROSIDADE.
E que, se essa generosidade não se fizer presente entre todos os envolvidos nesse processo, a coisa fica realmente complicada (pra não dizer praticamente impossível).
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Battersea Arts Centre em CENA Vol. 01
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Sérgio Roveri tb falou que no Brasil nem em sonho há algo parecido com o Battersea Arts Centre, que envolve todo uma produção teatral - nas suas mais diversas formas - concentrado em um grande centro.
Mas esse jornalista e dramaturgo identificou, em grupos e companhias teatrais aqui do Brasil, um trabalho muito semelhante com o que rola lá em Londres (claro que com as nossas características próprias, o nosso jeitinho braZuca de fazer a coisa e levando em conta a forma como a cultura ainda NÃO é levada a sério pelos picas-grossas de Brasília).
E grupos teatrais made in Brazil, como é o caso do Cia do Latão e da Teatro da Vertigem, são os nossos eXemplos + bem sucedidos de criação coletiva e processo colaborativo.
.Latão & Cia.
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Bem, na minha sincera opinião, esse negócio de Criação Coletiva ou Processo Colaborativo - ou qualquer outro nome que inventarem - meio que já virou uma MODINHA de temporada e, em alguns casos, isso é bastante discutível.
Óbvio que eu não tô aqui querendo GENERALIZAR nada, até pq há trabalhos que envolvem esse tipo de processo rolando em todo o país e que resultam em espetáculos teatrais incríveis e com uma dramaturgia que não é de forma alguma, digamos, 'DATADA'.
Mas eu TB percebo uma certa PREGUIÇA de alguns atores e até mesmo diretores em sentar sua bela bundinha numa boa cadeira pra fazer uma leitura aplicada de um texto teatral.
E eu tô falando de uma leitura que tem a ver mesmo com o fato de ESTUDAR a coisa, tentando compreendê-la realmente, além de fazer uma análise detalhada de seus diversos aspectos.
O problema é que grande parte só ler o teXto quando vai numa Lanhouse e apenas passa a vista na coisa no exato instante em que tb se está bantendo um papo no MSN ou lendo os scraps no Orkut.
.Battersea Arts Centre em CENA Vol. 02
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Daí vc, dramaturgo, que passou dias e + dias produzindo seu texto, conversando com ele, analisando, corrigindo, tem que ouvir perguntinhas idiotas do tipo: pq os teus personagens tem nome, hein? Pq vc dividiu a tua peça em CENAS?
Eu juro por Zeus que figurinhas que se dizem saídas de Facul de Artes Cênicas já me fizeram essas perguntinhas cretinas. E ainda me confessaram que leram o teXto rapidamente numa lanhouse (iPod uma coisa dessa???).
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É muito broXante, velho!!!
Aí não rola mesmo, ADEUS, tchau, benção & SARAVÁ!!!
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Cabeças de DRAMATURGOS???
.Uma outro ponto bastante pertinente que surgiu nessa mesa-redonda foi quando alguém lá fez a seguinte pergunta:
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Será que esses teXtos, que estão sendo produzidos atualmente nos coletivos teatrais, irão SOBREVIVER ou, melhor dizendo, serão encenados daqui a 400 anos como, por eXemplo, acontece até hoje com toda a obra de Shakespeare, entre outros grandes dramaturgos não só ingleses???
E + uma vez, os tais gringos convidados disseram que o foco principal do trabalho deles se concentra na formatação do espetáculo como um todo e que, como "registro" de suas produções, a única coisa que garante essa possibilidade é o fato deles filmarem seus espetáculos.
Daí a Marici Salomão 'provocou' os grigos com a seguinte questão:
Será que, atualmente, nós estamos mais preocupados em produzir boa dramaturgia ou bons espetáculos???
A questão ficou no ar, incomodando pra caralho todo mundo que tava lá e que encara seriamente a atividade teatral.
Já os tais ingleses, diante da 'cutucada' da Marici, só mostraram uma cara de soro fisiológico e não + que isso.
Daí fica a questão para nós dramaturgos - seja de gabinete, seja de torre de marfim, seja de processo colaborativo, seja de criação coletiva, seja do caralho de asa tomando Red Bull - analisarmos profundamente.
.Shakespeare FOREVER!!!
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E só pra constar: David Jubb é diretor e produtor teatral britânico, fundador da Central School´s Lion and Unicorn Theatre (Kentish Town ). Já o David Micklem é editor do livro The Producers e líder da implementação da política nacional de teatro na Inglaterra.
No mais, quem não foi PERDEU, pq esse debate em torno da dramaturgia contemporânea foi beeem interessante!!!
E eu fico realmente perpleXo com o fato de pouca gente aparecer pra discutir teatro contemporâneo.
Na hora de reclamar que não se está discutindo o assunto, aparecem uns duzentos pelo menos.
Mas no real instante de tirar a bundinha gorda da cadeira e ir discutir a coisa, apenas e tão somente uns dez gatos-pingandos dão a cara pra bater.
Vai ver que neguinho ainda continua achando que o que tinha que ser feito em termos de revolução teatral já rolou nos Anos 60 & 70 e que o resto é puro saudosismo...
Acho lamentável essa inércia!
Com tanta coisa bombando no mundo hoje em dia e neguinho se trancafiando no seu mundinho pra ver a BANDA - que não é LARGA - passar num (des)compasso desafinado.
Já disse e repito: acho que esse Núcleo de Dramaturgia lá do Sesi tá bancando uma eXcelente oportunidade de discutirmos pontos cruciais da literatura dramática, seja ela antiga, nova, neo-pós-ultra-contemporânea, foda-se a nomenclatura!
Mas que a coisa tá rolando... Ah, isso tá!
E com gente boa e de peso!!!
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Um comentário:
Eu participei no fórum para dramaturgos realizado em Vila Leopoldina. É uma excelente iniciativa, realizar fóruns regionais. Assim, você pode chegar a locais onde não existem teatros, por exemplo.
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