Grande Elisa Lucinda
Olhe aqui, olhos de azeviche
Vamos acertar as contas
porque é no dia de hoje
que você vai embora daqui...
Mas antes, por obséquio:
Quer me devolver o equilíbrio?
Quer me dizer por que você sumiu?
Quer me devolver o sono, meu doril?
Quer se tocar e botar meu marcapasso pra consertar?
Quer me deixar na minha?
Quer tirar a mão de dentro da minha calcinha?
Olhe aqui, olhos de azeviche:
Quer parar de torcer pro meu fim dentro do meu próprio estádio?
Quer parar de saxdoer no meu próprio rádio?
Vem cá, não vai sair assim...
Antes, quer ter a delicadeza de colar meu espelho?
Assim: agora fica de joelhos e comece a cuspir todos os meus beijos.
Isso. Agora recolhe!
Engole a farta coreografia destas línguas
Varre com a língua esses anseios
Não haverá mais filho, pulsações e instintos animais.
Hoje eu me suicido ingerindo sete caixas de anticoncepcionais.
Trata-se de um despejo!
Dedetize essa chateação que a gente chamou de desejo.
Pronto: última revista...
Leve também essa bobagem que você chamou...
De amor à primeira vista.
Olhos de azeviche, vem cá:
Apague esse gosto de pescoço da minha boca!
E leve esses presentes que você me deu:
essa cara de pau, essa textura de verniz.
Tire também esse sentimento de penetração
esse modo com que você me quis
esses ensaios de idas e voltas
essa esfregação
esse Bob Wilson erotizado
que a gente chamou de tesão.
Pronto, olhos de azeviche, pode partir!
Estou calma. Quero ficar sozinha
eu com a minha alma. Agora pode ir.
Gente! Cadê minha alma que estava aqui?
Vamos acertar as contas
porque é no dia de hoje
que você vai embora daqui...
Mas antes, por obséquio:
Quer me devolver o equilíbrio?
Quer me dizer por que você sumiu?
Quer me devolver o sono, meu doril?
Quer se tocar e botar meu marcapasso pra consertar?
Quer me deixar na minha?
Quer tirar a mão de dentro da minha calcinha?
Olhe aqui, olhos de azeviche:
Quer parar de torcer pro meu fim dentro do meu próprio estádio?
Quer parar de saxdoer no meu próprio rádio?
Vem cá, não vai sair assim...
Antes, quer ter a delicadeza de colar meu espelho?
Assim: agora fica de joelhos e comece a cuspir todos os meus beijos.
Isso. Agora recolhe!
Engole a farta coreografia destas línguas
Varre com a língua esses anseios
Não haverá mais filho, pulsações e instintos animais.
Hoje eu me suicido ingerindo sete caixas de anticoncepcionais.
Trata-se de um despejo!
Dedetize essa chateação que a gente chamou de desejo.
Pronto: última revista...
Leve também essa bobagem que você chamou...
De amor à primeira vista.
Olhos de azeviche, vem cá:
Apague esse gosto de pescoço da minha boca!
E leve esses presentes que você me deu:
essa cara de pau, essa textura de verniz.
Tire também esse sentimento de penetração
esse modo com que você me quis
esses ensaios de idas e voltas
essa esfregação
esse Bob Wilson erotizado
que a gente chamou de tesão.
Pronto, olhos de azeviche, pode partir!
Estou calma. Quero ficar sozinha
eu com a minha alma. Agora pode ir.
Gente! Cadê minha alma que estava aqui?
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