Fernando Neves e Newton Moreno
Fernando Neves e Newton Moreno
Um DIA a CASA cai?
Se joga, beee!
“Oh, my god”
Mas quem seria o tal do Richter, que dá nome a tal da ESCALA de abalos sísmicos? Seria aquele cantor do "Menina Veneno"?
Lembro que o nome dele era + ou - uma coisa assim... Me lembro tb, quando eu tinha uns oito aninhos, que passou uma novela chamada "A Gata Comeu...", com a Cristiane Torloni interpretando a inesquecível e abusada Jô Penteado.
Eis o tal DONO do abalo sísmico
Daí o tal Richter (é esse mesmo o nome do carinha?) cantava o tema dessa personagem insana, uma coisa tipo assim:
"Ela tem um jeito de andar... Só prá o vento,só prá o vento!
O cabelo esconde o seu olhar... Só prá o vento,só prá o vento!
Eu me lembro da primeira vez,eu sempre vou lembrar
Vinha contra o vento na beira do mar"
Essa música marcou a minha inocente infância. E até hoje eu quero comer a GATA... hehehe!
"Lucrécia Borgia é a mãe!"
Vai de RETO!!!
Pois é, mano, pode chutar, vai!
Chuta esse tal de BUSH agora!
CHUTA que é MACUMBA!!!
Nossa Senhora da MISERICÓRDIA... Reggae por NÓS!!!
Essa Amelie, hein?
Essa é das minhas!!!
Pois é... Esse filme tb aborda aquela temática pra lá de óbvia, uma coisa já mais que explorada e revisitada pelo cinema, pela literatura e pela dramaturgia em geral: o tal dos conflitos que envolvem a difícil relação familiar.
Saca aquelas tretas mal-resolvidas entre pais e filhos, o filho querendo comer a mãe, Complexo de Édipo pra cá, Complexo de Jocasta lá e toda a mitologia greco-romana no divã? Pois é... O filme tem essa vibe.
A partir do reencontro de dois irmãos por parte de mãe, o filme 'denuncia' seres extremamente carentes, que sempre precisaram do colo da mãe... Mas ela sempre tava pelo mundo, dando pro primeiro maluco que cruzasse o seu caminho.
E essa falta da mãe se faz presente na existência equivocada de seus dois filhotes mesmo depois 'adultos'. Equívocos esses que se manifestam em posturas e comportamentos bastante extremados. Seja no muito, seja no pouco, os dois personagens centrais caminham em pólos opostos.
Um dos irmãos é + um daqueles típicos escritores frustrados, que dá aula em um colégio cheio de gatinhas apetitosas, que adoram fazer a linha “ao mestre com carinho”. E ele é um cara completamente desestruturado emocionalmente, com comportamentos que beiram o absurdo.
Ele é capaz, por exemplo, de botar um pouco de sonífero na mamadeira do filho só porque o bebê não pára de chorar. E ele já tá beirando os 40 anos e todo dia toca uma bronha como um típico adolescente cuzão.
E entre uma punhetinha e outra, o cara passa por uma crise fodida. Mas ele quer mudar de vida, parar com essa obsessão por sexo... Ele quer se enquadrar naquela felicidade dos contos de fada, ser fiel a uma mulher apenas, esquecer o passado de devassidão.
Daí ele encontra uma mulher + pirada do que ele num campo de nudismo que reúne atividades tântricas (tinha que ser). E eles passam a freqüentar clubes de pegação, swing, vão até o limite do prazer. Mas tudo sempre tem um limite, né? E os dois vão ter que encarar os seus. Sem chance de saída, de fugir pela esquerda!
Já o outro irmão é totalmente nerd, o gênio da matemática, com as suas teorias chatas que tomam todo o seu tempo e não deixam vaga pra mais nada. E ele vai encarando aquela vidinha entediada, sempre fugindo dos seus desejos, dos seus instintos...
E nessa batida imperfeita, ele quase perde a mulher que sempre o amou de verdade, que sempre esteve ali do seu lado, desde a infância. Mas nem mesmo o ato sexual conseguiu ter uma brecha na vida dele, talvez pq a liberdade sexual da mãe sempre foi encarada por ele como uma coisa promíscua, sem um fim que justificasse os meios.
Enfim... Grilos e encanações de um matemático legalmente nerd.
No final, eles acabam se achando dentro de toda aquela confusão que eles mesmos aprontaram. Se bem que, dentro desse achar a si mesmo, pode rolar até uma vibe, digamos, esquisofrênica.
Ah, esse filme é uma adaptação do best-seller homônimo de um tal de Michel Houellebecq. Eu nunca li nada desse cara. E nem tô a fim de ler. Já ando acupadíssimo com as minhas leituras atrasadas e não vou arrumar mais uma, né.
“STEEEEEEEEELA!!!”
Estou falando dele, ninguém + que o Brando, no filme que – pelo menos no Brasil – recebeu o sugestivo nome de “Uma Rua chamada Pecado”. Filmaço que foi baseado na incrível peça teatral do Tennessee Williams: “Um Bonde Chamado Desejo”.
Pois é, criatura... Marlon Brandon, como nenhum outro, soube imortalizar o Stanley Kovask.
Bonde? Rua? Quem se importa? O que interessa é o desejo, é o pecado... É Stanleu, é Brando!
"Come as you are, as you were,
As I want you to be
As a friend, as a friend, as an old enemy..."
O genial Antonioni
Entre várias cenas que o Fernando fez no Japão, eu adorei aquela cena onde o Caê mostra a paisagem que ele tem da janela de sua suíte master. Ou seja: nada, tudo muito diminuto, compacto, a cara do Japão.
Ah, como já era de se esperar, a trilha desse documentário tá do caralho. Vai desde a canção que dá título ao filme, "Coração Vagabundo", até o "Cucurrucucu Paloma", com aquela cena incrível do Caetano cantando pras mulheres do Almodovar no filme "Fale com Ela".
"Vamos comer Caetano
Vamos devorá-lo
Degluti-lo, mastigá-lo
Vamos lamber a língua..."
Japa fashionista?
Senhora dos Afogados versão Macunaíma
Mas tio Nelson nunca é d+!
Mas a coitada não tem culpa, né, de ser aquela coisinha sempre risonha, sorrisinho Colgate na boca, tipo paçoquinha diet made in Campinas. Ai, ai, meu colesterol!
É sempre difícil remontar justo à fonte da inspiração, mas eu poderia contar a esse propósito como nasceu o fim de Noites de Cabíria. Ele não nasceu apenas como fim, mas também como a idéia geradora de todo o filme.
No fundo, essa é uma atitude muito inumana da parte de um autor perante seus personagens. Portanto, investindo toda minha boa vontade (como se eu tivesse enfim resolvido dizer a meu personagem: “Você compreendeu bem, você fará isso ou aquilo”), me perguntei: “O que vou lhe dizer?”. E depois de pensar sobre isso durante muito tempo, percebi que não saberei o que lhe sugerir, porque não sei o que dizer a mim mesmo. Assim sendo, aos meus personagens, que são sempre tão infelizes, a única coisa que poderei oferecer será minha solidariedade: e assim poderei, por exemplo, dizer a um deles: “Escuta, não posso te explicar o que não sei, mas, em todo caso, te amo o suficiente e te ofereço uma serenata”. E assim, para Noites de Cabiria, pensei: quero fazer um filme que conte as aventuras de uma infeliz que, a despeito de tudo, espera confusamente, ingenuamente, por melhores relações entre os homens, simplesmente melhores relações; e ao fim do filme quero lhe dizer: “Escuta, fiz você passar por todo tipo de desgraça, mas você me é tão simpática que quero compor-lhe uma pequena serenata”. E depois, sobre essa idéia talvez um pouco ingênua, imaginei uma cena. Tratava-se de uma mulher, de uma personagem infeliz que, ao fim de uma aventura ainda mais terrível que as outras, deveria perder de maneira absoluta e definitiva sua confiança na humanidade que a rodeava.