quarta-feira, 14 de novembro de 2007

"BAREBACK": O QUE É ISSO?



Tema da minha próxima peça!!! Já foram feitos alguns filmes com essa temática, um documentário bacanérrimo foi até exibido no Mix há alguns anos. Mas o meu foco não será o vírus do HIV. Vai ser qualquer outro tipo de vírus, alguns desses aí que costumam causar mó tilt em qualquer desses laptop’s comprados em N vezes ZENjuros nas Lojas Marabrás. Enfim... De qualquer forma, essa matéria abaixo é mó interessante.

"BAREBACK": O QUE É ISSO?
Dr. Bernardo Lynch de Gregório Médico Psiquiatra e Psicoterapeuta São Paulo/SP
O Termo "bareback" ficou internacionalmente conhecido como gíria comum para a prática sexual (penetração) sem o uso de preservativo. O termo inglês literalmente significa "traseiro careca" e foi criado por alguns grupos de homossexuais masculinos dos Estados Unidos e da Europa, que se recusam a usar "camisinha" em suas práticas apesar de toda a enorme campanha internacional feita para prevenção da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) e demais doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Com o tempo, o termo passou a englobar outras práticas sexuais igualmente não seguras, como o contato direto com o esperma e secreções corpóreas. As razões que levam estas pessoas, atualmente já não apenas homossexuais masculinos, a praticarem o chamado "unsafe sex" (sexo inseguro) são as mais variadas possíveis e expõem cada vez mais indivíduos à crescente epidemia mundial. Avaliar estas causas e os argumentos apresentados, a favor e contrários, parece-me fundamental para uma conscientização maior do público em geral sobre os riscos que o "barebacking" inclui.
Com o início do Novo Milênio, toda uma geração que jamais havia tido contato direto com a AIDS atingiu uma faixa etária sexualmente ativa. Esta geração cresceu sendo superbombardeada pelas campanhas em favor do uso de preservativo e desenvolveu "imunidade" a elas, imaginando que a AIDS não deva ser "um monstro tão feio quanto pintam" ou que deva ser coisa de "viado". Toda esta nova geração se expõe aos riscos da AIDS e de outras DSTs por pura ingenuidade e desinformação. Toda uma geração alienada ainda por cima ignora sistematicamente a possibilidade de estar infectada, fechando seus olhos para possíveis sintomas, recusando-se a fazer testes e voltando suas costas para o tratamento anti-retroviral. Todos estes jovens, independentemente do sexo e da opção sexual, podem, a qualquer momento, desenvolver a AIDS e chegar a pontos irreversíveis da doença. Muitos morrem por isso...
Ao mesmo tempo, a população mais velha passou a enxergar a AIDS como uma doença desprovida de perigo e a imaginar que caso alguém seja infectado, a medicação anti-retroviral "dará conta do recado". Era a volta do "barebacking". Principalmente nos Estados Unidos e em especial em Nova York, orgias sexuais conhecidas como "conversion parties" (festas de conversão) começaram a acontecer e a se tornar a "última moda" em matéria da sexualidade do século XXI. Nestas "conversion parties" o grande objetivo assumido e descarado é o de tornar uma pessoa até então HIV-negativa em HIV-positiva.
E qual é a razão que leva alguém a querer se tornar soropositivo? A razão é simples: a soropositividade é vista como uma libertação do sexo seguro, possibilitando uma volta incondicional à grande abertura sexual experimentada nos anos 70. Um soropositivo poderia, por este raciocínio, jogar para o alto as "camisinhas" e fazer tudo o que tiver vontade com quem bem entender. Depois, bastaria tomar direitinho sua medicação. Este raciocínio é um grande absurdo! Um soropositivo não está nem de longe liberado do "sexo seguro". Em primeiro lugar, este indivíduo pode ser fonte de contaminação para desavisados (que são muitos hoje em dia!). Em segundo lugar, mesmo se ele se relacionar com outros soropositivos, pode haver nova contaminação, acarretando aumento da carga viral e desencadeamento de queda de imunidade e sintomas. Em terceiro lugar, pode haver a aquisição de um tipo diferente de vírus do que ele já possuía inicialmente, por vezes resistente à medicação anti-retroviral em uso. Finalmente, há também o risco de se contraírem outras DSTs, tais como a sífilis, a gonorréia, o molusco contagioso (HPV), o cancro mole e tantas outras, nem sempre de fácil tratamento e nem sempre também isentas de riscos graves para seus portadores.

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